Ushuaia, o fim do mundo – Patagônia Argentina

Ushuaia, o fim do mundo – Patagônia Argentina

A segunda parada da minha viagem à Argentina foi em Ushuaia.

Maio não é um mês ideal para conhecer a cidade, pois ainda não tem neve, que lota as estações de esqui no inverno. Não tem os pinguins e as viagens à Antartida, típicos do verão. Essas são as principais atrações da cidade. Só fui nessa época porque quis aproveitar a ida a El Calafate, que fica perto, e é quando eu tiro férias. Mesmo assim gostei muito da cidade.

Ushuaia, não é uma cidade pequena, tem mais de 50 mil habitantes, tem engarrafamento nos horários de rush, entre outros problemas das cidades comuns. A cidade é relativamente boa para fazer compras, pois é uma zona franca, que, de acordo com nosso guia, está em decadência, com várias fábricas de eletrônicos fechando.

O diferencial do lugar é o visual, com o canal de Beagle de um lado e as montanhas dos Andes do outro, e o charme de ser a última cidade do mundo, a mais setentrional do planeta, além de ser o ponto de partida das expedições para a Antártida.

No primeiro dia conhecemos o Parque Nacional da Tierra del Fuego, com belas paisagens, picos nevados, lagos, árvores coloridas, animais, diques de castores, o último correio do mundo e o Trem do Fim do Mundo.

Depois fizemos um belo passeio pelo Canal de Beagle, que é a divisa natural da Argentina e do Chile, onde fotografei a ilha dos pássaros, a dos lobos e leões marinhos e o Farol do Fim do Mundo, além de belíssimas paisagens, apesar do tempo fechado e do vento mais frio que já enfrentei pra fotografar na minha vida. No verão esse passeio passa pela pinguineira, a praia dos pinguins, mas nessa época, como já disse, eles não dão as caras.

No segundo dia conhecemos os lagos de Ushuaia, principalmente o Escondido e o Fagnano, também repleto de belas paisagens e boa comida caseira, principalmente as carnes, é claro. Visitamos algumas estações de esqui, todas fechadas, principalmente Cerro Castor, a mais famosa.

À noite, comemos a famosa Centola (conhecida como King Crab), que em Ushuaia é bem mais barata que no resto do mundo.

Não consegui as imagens que imaginei para essa viagem, pois o tempo não ajudou muito. Sol só no dia em que fui embora, mas de qualquer forma, seguem abaixo algumas fotos do fim do mundo:

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Patagônia Argentina – El Calafate – Glaciar Perito Moreno

Patagônia Argentina – El Calafate – Glaciar Perito Moreno

A Patagônia Argentina sempre esteve na minha lista de lugares que gostaria de conhecer e fotografar. No início de maio finalmente consegui realizar esse sonho, e valeu muito a pena.

Primeiro fui para cidade de El Calafate, localizada na Província de Santa Cruz, lá fiz um passeio 4×4 que nos leva às montanhas com fantásticas pedras esculpidas pelo vento, recomendo ir à tarde(16h), pois dá para ver o por-do-sol lá de cima, e a luz é linda.

No outro dia fomos ao Parque Nacional Los Glaciares, que fica a 80km de El Calafate. Lá fizemos um trekking no Glaciar Perito Moreno, o maior glaciar da Cordilheira dos Andes. Pra quem não conhece, os glaciares são formados pelo acúmulo de neve no topo das montanhas, nesse caso da Cordilheira dos Andes. Com o acúmulo, a neve vai se compactando e se transformando no gelo que forma os glaciares. Essa formação é o último remanescente da era glacial, há mais de 20 mil anos. O Lugar já foi considerado a 8ª maravilha do mundo, nem preciso de dizer mais nada. Simplesmente o lugar mais maravilhoso que já fui na minha vida. As fotos não conseguem representar a beleza do local, mas eu tentei.

No próximo post a continuação da viagem em Ushuaia, o fim del mundo!

Confira as fotos de El Calafate e do Glaciar Perito Moreno abaixo.

Argentina, paragonia, Arquitetura, decoracao

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Glaciar Perito Moreno, Parque Nacional Los Glaciares

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Argentina, paragonia, Arquitetura, decoracao.

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Argentina, Patagonia

 

Postado por Gabriel Lordêllo.

Salve Yemanjá

Salve Yemanjá

Ontem, 2 de fevereiro, teve festa para Yemanjá na praia de Camburi. O excesso de trabalho não me deixou chegar mais cedo para acompanhar os festejos no final da tarde, mas consegui chegar por volta de 19h45, o “horário da loba”, como diria o mestre Walter Firmo. Fiquei apenas 30 minutos, mas foram suficientes para fazer algumas fotos. Tudo feito com ISO 1600 da D300.

 

Festa de Iemanja na Praia de Camburi, Vitoria, Esp’rito Santo

Festa de Iemanja na Praia de Camburi, Vitoria, Esp’rito Santo

Festa de Iemanja na Praia de Camburi, Vitoria, Esp’rito Santo

Festa de Iemanja na Praia de Camburi, Vitoria, Esp’rito Santo

Índios Capixabas

Índios Capixabas

No ano passado participei de um projeto sobre a história dos índios capixabas, das historiadoras Kalna Mareto Teao (Mestre em Educação) e Klítia Loureiro (Mestre em História). Meu trabalho era fotografar duas aldeias indígenas no município de Aracruz, norte do Espírito Santo, de acordo com uma pauta. As imagens produzidas seriam utilizadas para ilustrar a pesquisa das historiadoras que seria publicada em um livro.

O trabalho não foi nada fácil, o pouco tempo para fazer as fotos gerou uma dificuldade de aceitação nas aldeias, que não acontece de uma hora para outra. Em cerca de 8 visitas, 6 na aldeia Boa Esperança, Guarani, e 2 na aldeia Caieiras Velha, Tupinikin, consegui fotografar apenas 2 dias na primeira e 1 dia na segunda. Não poderia esperar que um povo que nunca me viu me aceitasse com rapidez e compreendo a desconfiança com a minha presença. Mas os caciques foram muito receptivos e ajudaram da maneira que puderam.

Outra dificuldade é fotografar uma aldeia indígena em 2009, onde o visual lembra mais uma vila de casas e pouca coisa de uma aldeia com as ocas de estuque estudamos na escola. Mas a cultura, apesar das inevitáveis interferências, ainda resiste, como a linguagem, crenças, trabalho e alimentação.

Para mim ficou aquela sensação que poderia ter feito um trabalho melhor e que precisava de mais tempo pra registrar o dia a dia desses que foram os primeiros habitantes do Brasil. Mas de qualquer forma gostei do convite e da oportunidade de fazer esse trabalho.

O livro foi lançado no final de 2009 e foi muito bem aceito pelos capixabas. Com uma impressão e diagramação muito boas e um conteúdo inédito o trabalho já virou uma referência aqui no Espírito Santo.

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Histórias de fotojornalistas no Paraty em Foco

Histórias de fotojornalistas no Paraty em Foco

Durante o Paraty em Foco tive a sorte de conhecer e conversar com quatro fotógrafos que têm muita história pra contar. Orlando Brito, Evandro Teixeria, Pedro Martinelli e Lula Marques.

Eu, o colega fotógrafo Tadeu Bianconi e o editor da revista Fotografe Melhor, Sérgio Branco, sentamos em um botequim com esses mestres e ficamos horas ouvindo histórias, muitas boas histórias. Vou contar aqui algumas das que consegui anotar.

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Da esquerda para direita: Tadeu Bianconi, Lula Marques, Pedro Martinelli, Orlando Brito, Evandro Teixeira e eu.

“Fotografia na mesa de bar”

Primeiro o Orlando Brito contou a história de uma cobertura que ele e o Evandro estavam fazendo na copa da Coréia e Japão em 2002. Evandro chegou atrasado para cobertura e um garda coreano não deixou ele entrar no local que ficavam os fotógrafos nem a pau, Orlando disse que ouvia o Evandro brigando com o tal guarda dizendo “O JB já tá fudido e vc não me deixa entrar, eu preciso entrar porque o mexicano vai embora às 5” e repetiu isso desesperadamente várias vezes para o guarda que não falava nada de português, obviamente não conseguiu entrar e perdeu a foto que precisava fazer. Depois da cobertura Orlando foi perguntar ao Evandro o que história era essa de mexicano que ia embora às 5, já que o JB todo mundo sabia que estava mal das pernas. Evandro explicou dizendo que seu computador estava quebrado e que tinha pedido ajuda a um colega fotógrafo mexicano para enviar suas fotos, mas ele ia embora às 5. Orlando às risadas disse: “o que que esse guarda tinha a ver com o mexicano que ia embora às 5”.

A segunda história foi contada por Orlando Brito, Evandro e Pedro também: Evandro Teixeira e Pedro Matinelli foram indicados ao prêmio Comunique-se em 2007, mas Martinelli não podia receber o prêmio por motivos pessoais, tentou ligar para o Juca Kfuri para receber para ele, mas o Juca não ia, tentou outros colegas, mas não conseguiu ninguém para receber o prêmio em seu lugar(na verdade ele não sabia se ia ganhar ainda, qualquer um dos dois poderiam ser premiados). Na hora do anúncio, abriram o envelope e o Pedro Martinelli foi anunciado vencedor. Como ele não estava presente e não tinha ninguém para o representar, Evandro não pensou duas vezes levantou-se e foi em direção ao palco, recebeu o prêmio para o amigo e ainda discursou. O mais curioso é que eles eram concorrentes e ninguém entendeu na hora que o cara que perdeu levantou-se para receber o prêmio. Somente no Paraty em Foco, dia 25/09/09, os dois se reencontraram, e Evandro ainda sacaneou o Pedro dizendo “recebi o prêmio e ainda discursei melhor do que você faria”.

Evandro Teixeira contou que na copa de 1998, na França, todo mundo pedia aos brasileiros camisas, fotos ou qualquer outra coisa do Brasil. Ele resolveu então copiar fotos do Ronaldo e assinar como se fosse um autógrafo do próprio fenômeno. Depois pegava essas fotos e levava para restaurantes oferecendo a imagem “autografada” pelo craque em troca de jantares e almoços, o que garantiu várias refeições de graça para ele.

Outra da copa da França é do Orlando Brito e do Pedro Martinelli, como todo mundo percebia que eles eram brasileiros, ficavam pedindo brindes do Brasil o tempo todo. Os fotórgrafos, sacanas, diziam que para ganhar brindes tinham que procurar um françês da organização, com blusa e crachá da copa, chamado “Jaci Borrô”. As pessoas saíam perguntando a todos da organização da copa que apareciam: “Jaciborrô”? , e os dois caíam na gargalhada vendo a cena.

Lula Marques contou que no Palácio do Planalto, em Brasíla, tem uma porta, que ninguém sabe pra que serve, com os dizeres “Fancoil”. Para cada fotógrafo novo que aparece para fazer cobertura no congresso, ele e outros colegas perguntam se o cara já tem a autorização do Coronel Fancoil. Como o cara nunca tem, eles indicam o local da tal porta, que não tem ninguém por trás dela, para o cara procurar o coronel e pedir sua autorização permitindo a cobertura fotográfica no Palácio do Planalto, mas eles recomendam, “tem que bater bem forte na porta porque ele é meio surdo”. Depois é só esperar o novato esmurrar a tal porta até perceber que se trata de uma sacanagem. E o cara ainda tem que aguentar os colegas sacaneando, “e ai encontrou o coronel Fancoil?”.

O fotógrafo Tadeu Bianconi, contou que uma vez quando chegou no aeroporto do Chile para uma cobertura fotográfica, depois de pegar suas malas, enquanto aguardava pelo translado no aeroporto, um cachorro da polícia local se soltou do guarda e partiu pra cima dele, começou a cheirá-lo todo e também suas malas, mas fazendo uma festa só. O guarda então também correu em sua direção. Logo Bianconi pensou “tô ferrado, alguém colocou alguma droga nas minhas coisas e agora eu tô fu…” quando o guarda chegou o cão já estava recebendo carinho do fotógrafo. Tadeu, na defensiva, ofereceu seus documentos, malas e equipamentos para que o guarda revistasse se achasse necessário, mas o guarda apenas disse “não entendo esse cachorro, ele não brinca com ninguém, somente com o cara que o alimenta no canil da polícia” disse o guarda sem entender a festa que o cachorro fez ao ver o fotógrafo. Bianconi disse que pelo menos alguém fez festa com sua chegada à Santiago.

Pedro Martinelli contou uma bricadeira que eles faziam com o finado Gil Pinheiro, fotógrafo que foi editor da revista Manchete. Gil era meio surdo, e usava um aparelho para surdez que tinha um volume. Quando ele vinha em direção a um grupo de fotórgrafos Pedro combinava: “quando o Gil chegar todo mundo finge que tá falando e só movimenta os lábios”. Gil chegava e não conseguia ouvir nada, então aumentava o volume do seu aparelho no máximo, pra tentar ouvir alguma coisa. Quando a turma percebia que ele tinha aumentado o volume voltavam a falar muito alto, o que deixava Gil mais surdo do que já era, pois o aparelho amplificava o som ambiente.

Outra história do Gil Pinheiro foi contada por Evandro Teixeira. Uma vez no Japão, Gil foi fotografar um macaco em um zoológico, chegou tão perto do bicho para medir a luz com seu fotômetro que o macaco tomou o fotômetro de sua mão e comeu, destruindo o sekonic do fotógrafo.

Lula Marques contou a história de um ministro do então presidente Fernando Collor que disse ter um cachorro que era tratado como se fosse um humano. Lula então resolveu fazer plantão em frente à casa do tal ministro para fotografar o tal cachorrinho “humano”. Por vários dias ele ficou horas de plantão, mas não conseguiu nada. Certo dia, Lula tinha uma viagem marcada e não podia esperar mais no plantão em frente à casa do ministro e pediu para um colega cobri-lo no plantão. Depois de 10 minitos que Lula saiu, depois de semanas de espreita, o fotógrafo fez a foto do tal cachorrinho humano.

Depois de muitas boas histórias tivemos uma aula de tiro esportivo com Pedro Martinelli, que é fã do esporte e praticante e dos bons, garante: “de 25 pratos costumo acertar 23, 24 ou até 25”. Ele adora um cozinhar, principalmente um carne de caça.

Engraçado que eu e o Tadeu Bianconi, conhecemos esses caras nesse mesmo dia, primeiro o Orlando Brito, que depois nos apresentou para todos os outros, que nos receberam muito bem.

Despois de ouvir tantas histórias cheguei a conclusão que sem bom humor não dá pra ser um fotojornalista feliz, não dá pra aguentar as barras que temos que enfrentar, não dá para ficar horas esperando por uma foto que muitas vezes nem acontece. Só com bom humor para encarar nosso dia a dia.