Esses dias estava separando fotos para um calendário que será publicado no ano que vem. Além das imagens digitais, mais recentes, revirei meus slides para encontrar umas fotos que gosto muito. Entre as imagens que separei para o calendário, encontrei vários outros slides que estavam esquecidos no arquivo. São imagens produzidas em minhas andanças pelo Espírito Santo.
A pesquisa no arquivo de slides me fez lembrar da era analógica e de como era o trabalho naquela época. Quando comecei na fotografia tive a ajuda e o incentivo do meu pai, Roberto Lordêllo, que era fotoclubista, e me ensinou como usar uma câmera e os seus acessórios, além de dicas de revelação e cópias PB. Mas depois precisei caminhar sozinho e descobrir muita coisa na base do erro e do acerto.
Quando usei um slide pela primeira vez o cara do laboratório falou pra mim “com esse filme você não pode errar, senão não sai nada que presta. A vantegem é a qualidade da imagem”. Claro que o vendedor do laboratório pouco devia saber como era fotografar com slide, mas aquilo me fez ter uma excessiva preocupação com a fotometria.
No começo apanhei um pouco, errava bastante, mas com o tempo, passei a interpretar melhor a luz e, com um critério maior, consegui alcançar resultados melhores. Agora, o mais gostoso era pegar o filme no laboratório e conferir o resultado do trabalho. Claro que tinha umas surpresas, mas quase sempre o resultado era o esperado, do jeito que imaginava que sairia.
Refletindo sobre a realidade de hoje, penso como seria a vida dos novos fotógrafos digitais sem o visor LCD.
Nada contra as novas tecnologias, mas que antes tínhamos que ter muito mais conhecimento do processo fotográfico, tínhamos! E, outra coisa, naquela época não surgiam tantos fotógrafos, só porque compraram uma câmera, como hj! Tem muita gente por ai que fotometra vendo o resultado pelo lcd.
Seguem algumas imagens originárias desses slides esquecidos que separei.